quarta-feira, 1 de maio de 2013

10 eventos esquecidos que moldaram o mundo moderno

1 - A morte de Ogedei Khan

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Em 1241, Ogedei Khan, o imperador do Império Mongol e filho de Genghis Khan, faleceu. Pouco antes de sua morte, ele havia aprovado um plano para invadir a Europa Ocidental, visando inicialmente atacar Viena, na Áustria, e continuar avançando para a Alemanha, Itália, França e Espanha. Esta operação ficaria a cargo de Batu Khan, porém, ele teve que voltar à Mongólia para a eleição do próximo khan.

Após a morte de Ogedei, os príncipes mongóis realizaram uma eleição e escolheram Guyuk Khan para liderar o Império, mas não antes de cinco anos se passarem. Durante o reinado de Guyuk, Batu Khan sentiu-se muito velho e fraco para invadir a Europa Ocidental  e o Império Mongol nunca mais chegou perto de conquistar a região.

Em torno do mesmo tempo, as ideias básicas do sistema bancário moderno e os conceitos do capitalismo estavam sendo desenvolvidos na Áustria. A invasão mongol em tal momento, poderia muito bem ter dado fim a essas primeiras incursões no que é atualmente o sistema econômico mais importante do mundo.
 

2 - A Guerra dos Bôeres

Guerra dos bôeres
A Guerra dos Bôeres , na verdade, consistiu de duas guerras separadas, travadas entre colonos de origem holandesa e o Império Britânico no que é hoje a África do Sul. A primeira guerra durou de 1880 até 1881, a segunda ocorreu entre 1899 a 1902. A segunda guerra foi a mais cruel, com civis bôeres capturados  pelos britânicos e aprisionados em campos de concentração - a primeira vez que esse método foi usado por uma potência moderna.

O Império Alemão via os britânicos como fracos, apoiando abertamente os bôeres e os seus aliados. Insultados pelos alemães, envergonhados por sua incapacidade de lidar com os rebeldes, os britânicos tornaram-se mais envolvidos na política mundial, fortalecendo os laços com a Rússia e com a França e  mantendo-se hostil em relação a Alemanha. Esta animosidade continuaria a crescer, chegando ao auge na Primeira Guerra Mundial, evento que  definiria o curso do século XX.

3 – O naufrágio do Titanic e o nascimento do rádio como diversão


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Dizer que o naufrágio do Titanic é um evento  esquecido não é correto, já que o terrível conto deste cruzeiro notório foi contado e recontado inúmeras vezes, contudo, poucos sabem que algo bom nasceu daquele infortúnio: a idade de ouro do rádio. Após o naufrágio do Titanic, tornou-se obrigatório que os navios tivessem telégrafos sem fio e um rádio tinha que ser instalado, tendo que ficar aberto o tempo todo, com um homem sempre pronto para operar o equipamento. Longos turnos de trabalho ao lado de um rádio quieto  era algo muito chato, então, os operadores começaram a tocar instrumentos e canções uns para o outros como forma de entretenimento.

A ideia se espalhou rapidamente  e logo  o rádio se tornou o meio usado para espalhar notícias e entreter as famílias ao redor do globo. Apesar da terrível tragédia, o naufrágio do Titanic abriu caminho para o rádio tornar-se a primeira forma verdadeiramente global de entretenimento.

4 - O almirante Matthew Perry abre o comércio com o Japão

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Em 1854, após séculos de isolamento japonês (veja o número oito), o almirante americano Matthew C. Perry teve sucesso em fazer o Japão abrir-se ao comércio exterior. Ainda essencialmente uma nação feudal, os líderes japoneses começaram a perceber o enorme abismo tecnológico que havia entre seu país e o resto do mundo industrializado.

Em sua tentativa de se modernizar rapidamente, o Japão precisava criar um império, uma vez que os vastos estoques de recursos necessários para a modernização não poderiam ser adquiridos a partir da ilhas japonesas. Isto levou a  invasão japonesa da Coréia, que  naquele tempo, era um estado vassalo da China. O Japão juntou-se aos Aliados durante a Primeira Guerra Mundial e continuou a expandir seus territórios após o conflito mundial.

Em 1931, o Japão invadiu a Manchúria, contrariando e irritando as nações ocidentais. Em resposta, o Japão retirou-se da Liga das Nações em 1933. Em 1937, o Japão passou a atacar a China; a Indochina Francesa  seria a próxima em 1940. Isso levou os Estados Unidos a impor um embargo de petróleo contra o Império Japonês. Não podendo continuar os seus esforços de guerra na China sem petróleo, o Japão atacou Pearl Harbor, preparando o palco para o Teatro do Pacífico da Segunda Guerra Mundial, e, finalmente, dando início à era atômica.

5 – A Guerra da Criméia


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A Guerra da Criméia colocou o Império Otomano, o Império Francês e o Império Britânico contra o Império Russo, em 1854. Embora as forças aliadas tenham vencido a guerra, o Império Otomano foi forçado a tomar empréstimos maciços da França e da Inglaterra. Sessenta anos depois, ainda fortemente endividados com os franceses  e com os ingleses, os otomanos escolheriam lutar ao lado dos alemães na Primeira Guerra Mundial, na esperança de que uma vitória anulasse seus empréstimos existentes.

Infelizmente para os otomanos, eles foram derrotados. Franceses e ingleses impuseram uma terrível vingança contra os antigos aliados. Eles dividiram o Império Otomano em vários países, criando novas fronteiras e entidades políticas. Isso, em essência, formou o Oriente Médio como o conhecemos hoje e lançou as sementes para muitos dos problemas que encontramos na região atualmente.
 

6 - A Conferência de Bretton Woods


FMI
Em 1944, com a Segunda Guerra Mundial começando a desacelerar, 730 delegados de todas as quarenta e quatro nações aliadas se reuniram em um grande hotel em New Hampshire. A reunião foi realizada na tentativa de "proibir práticas  prejudiciais para a prosperidade mundial."

Para resumir, um sistema bancário internacional seria estabelecido. Após essa reunião, o Fundo Monetário Internacional foi fundado, todas as moedas eram obrigadas a ser conversíveis para o comércio mundial e as taxas de câmbio foram modificadas de modo que uma nação não fosse favorecida em detrimento de outra. As ideias fundadas na conferência levaram ao desenvolvimento do Banco Mundial. Em suma, a economia internacional como agora conhecemos e (ocasionalmente) apreciamos, pode ser rastreada até uma reunião nos remansos rurais de New Hampshire.

7 – A Revolução Haitiana


Revolução Haitiana
Conhecido pelos franceses como Saint-Domingue, o Haiti foi fundado após uma violenta revolta de escravos que durou de 1791 até 1804. A ilha era muito valorizada pelos franceses porque as lucrativas safras de cana-de açúcar  engordavam  as fortunas dos ricos da Europa. Mais importante ainda, Napoleão usava os fundos destes canaviais para manter um ponto de apoio na Louisiana. Incapaz de conter a rebelião, Napoleão foi forçado a abandonar suas esperanças de estabelecer um novo império francês na América, já que não tinha mais os recursos para fazê-lo.
Endividado após treze anos de  guerra contra os haitianos, Napoleão vendeu o território da  Louisiana ao governo norte-americano  por um preço incrivelmente baixo. A Revolução Haitiana, portanto,  ajudou a formar o moderno Estados Unidos e também impediu a  França de construir  um império nas Américas.

8 – A expulsão dos cristãos do Japão

Expulsão dos cristão do Japão

No início dos anos 1600, missionários católicos no Japão tinham sido bem sucedidos na conversão de uma série de poderosos senhores feudais,  angariando assim, um número surpreendente de discípulos ao catolicismo. Em 1639, o xogum Tokugawa Lemitsu expulsou todos os cristãos da ilha, temendo  o crescimento da população católica e as rebeliões que esse grupo estava causando. Se Tokugawa não tivesse expulsado os cristãos, é provável que, com o tempo, um xogum católico subisse ao poder no Japão.

Uma aliança com o papa também poderia ter promovido uma aliança com a França e a Espanha,  colocando o Japão ao lado da França e da Espanha durante os sete anos de guerra contra a Inglaterra, sendo provável a derrota dos britânicos. Tal derrota, teria tornado a colonização da América pelos ingleses improvável, remodelando o mundo como nós o conhecemos.
 

9 – A gripe espanhola

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Em 1918, o mundo se alegrava com o fim da Primeira Guerra Mundial. Infelizmente, uma faceta da morte tão sinistra quanto a guerra começava a surgir: a gripe espanhola. Em dois anos, o vírus matou entre cinquenta milhões a cem milhões de pessoas. Diz-se que a gripe espanhola matou mais em 25 semanas do que a AIDS em 25 anos e mais em um único ano do que a peste bubônica em um século. O surto deu aos cientistas modernos, a primeira chance de estudar uma epidemia, abrindo o caminho para grandes avanços na medicina.

Além disso, o grande fluxo de pacientes levou a um boom no campo da medicina, o aumento do salário para os médicos incentivou muitas pessoas a entrar na profissão, uma tendência que continua até hoje. Para melhor ou para pior, a gripe espanhola também introduziu a ideia do "remédio lucrativo" no mundo, dando início à moderna indústria farmacêutica.
10 – O corte de fornecimento de água pesada para os nazistas
Resistência norueguesa
Para desenvolver armas nucleares, é preciso uma grande quantidade de "água pesada", ou óxido de deutério. Ele é usado para produzir isótopos para armas nucleares, ou seja, Plutônio-239. A fábrica de produtos químicos da Norsk Hydro,  em Vemork,  na Noruega, vinha produzindo água pesada desde 1934, a uma taxa de doze toneladas por ano. Reconhecendo que os cientistas alemães tentavam criar uma arma nuclear, as forças aliadas alertaram a resistência norueguesa em 1940, incentivando-a a destruir as instalações.

Apesar de uma série de fracassos, o abastecimento de água pesada para os alemães foi interrompido em 1943. Em 1944, um único comando norueguês conseguiu esgueirar-se para perto de uma balsa transportando água pesada e afundá-la, finalmente minando o plano da Alemanha de fabricar armas nucleares. A Alemanha tinha a capacidade científica para produzir armas nucleares, porém, não tinha os materiais necessários. Sem a ação da resistência norueguesa, os nazistas poderiam ter fabricado a bomba atômica e alterado os rumos da guerra.

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