Faz tempo que as mulheres deixaram de ser rotuladas como avoadas ou medrosas com dinheiro, mas, às vezes, mesmo as mais organizadas com suas finanças podem ficar na dúvida na hora de lidar com grandes valores.
Para a consultora financeira Sandra Blanco, autora dos livros "Mulher inteligente valoriza o dinheiro" e "Independência financeira" (editora Campus Elsevier), mais do que seguir modismos, as mulheres devem criar estratégias que ajudem na realização dos sonhos materiais.
– Digo sempre para as mulheres que gastar é bom, mas que ter dinheiro guardado é melhor ainda. Quem aprende a poupar ganha auto-estima e segurança. Para a maioria das pessoas, economizar é difícil e precisa ser feito com esforço até que se torne um hábito saudável. A inteligência financeira é uma conquista feminina importante – acredita.
Fique de olho no cartão
A especialista lembra que, além do conselho óbvio de gastar menos do que se ganha, a mulher deve evitar dois dos principais responsáveis pelas dívidas delas: o cheque especial e o cartão de crédito.
– O cheque especial nunca, mas nunca mesmo, deve ser visto como uma extensão do salário. Já o cartão de crédito só deve estar na carteira de quem sabe usá-lo com critério. Quem decide colocar as despesas no cartão deve ter a consciência de que vai ter sempre que pagar a fatura total, nunca apenas o mínimo, senão o endividamento vira uma bola de neve. Além disso, por que pagar 10% de juros à administradora do cartão em vez de investir esta mesma quantia em outra coisa? – diz Sandra.
O segundo passo é se educar para poupar dinheiro todo mês. Para as iniciantes, ela sugere a caderneta de poupança. Apesar de pouco rentável, é a única que permite a aplicação de quantias pequenas.
– A poupança é ideal para quem não está conseguindo poupar muito. Guardar vinte, trinta reais por mês pode parecer pouco, mas faz diferença a longo prazo. É uma forma de economizar sem esforço e criar a disciplina da regularidade – avalia a especialista. Quem tem uma quantia maior pode fazer aplicações em fundos de renda fixa como os CBDs.
Para as mulheres que estão de olho em um imóvel, a consultora lembra que, para comprar uma casa ou um apartamento, é preciso ter um dinheiro para dar de entrada, que geralmente gira em torno de 30% do seu valor. O financiamento pode ser uma opção, desde que a mulher tenha a certeza de que vai conseguir pagar suas prestações durante anos ou até mesmo décadas.
– Hoje, 85% das famílias brasileiras terminam o mês no vermelho. Por isso, a opção do financiamento ou da compra do imóvel só deve ser feita por quem tem certeza de que as prestações mensais não se tornarão uma dor de cabeça – lembra Sandra.
Os benefícios do aluguel
Ela frisa que o aluguel pode ser uma boa opção para quem não tem uma grande quantia de dinheiro poupada ou não quer se comprometer com pagamentos a longo prazo.
– Alugar não é jogar dinheiro fora, é pagar por um serviço. Às vezes, é melhor alugar durante anos e aplicar o resto do dinheiro, para depois comprar um imóvel sem ter que pagar prestações – explica Sandra.
Por último, nada de ter medo da bolsa de valores. Apesar de não ser uma opção para todas, é um passo inteligente para quem já está mais segura com suas decisões financeiras.
– O dinheiro investido na bolsa deve sem um dinheiro "sem compromisso" ou uma quantia destinada a um investimento de longo prazo – resume.
AGÊNCIA O GLOBO
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