terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Turma da Bolsa: Bovespa explica economia para crianças


O porco baixinho de óculos e chapéu de mestre ensina ao homem alto, chamado de Magro, o que ele precisa fazer com os pererês. Estes são personagens de um programa de educação financeira da BM&FBovespa lançado para crianças de sete a 10 anos. O porco é o professor, formado em economia pela universidade norte-americana de Harvard. O Magro está atrapalhado com os seus pererês, nome dado ao dinheiro, e segue os conselhos do porquinho para melhorar sua organização financeira.
O programa Turma da Bolsa é composto por vídeos educativos, divididos em duas temporadas, e está disponível na internet. Esta é a primeira vez que a Bovespa faz um projeto de educação financeira para o público infantil. “Essa iniciativa é muito criativa e acho muito interessante que esteja se fazendo algo para aproximar o cidadão brasileiro da Bolsa”, observa o professor da Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Alfredo Meneghetti Neto.
A dificuldade dos brasileiros em lidar com o próprio dinheiro torna importante iniciativas que ajudem a acabar com o que Meneghetti chama de “analfabetismo financeiro”. “O grande problema do brasileiro é ler alguma coisa e não saber o que ela está querendo dizer. Levando isso para o lado financeiro, é a justificativa que faz com que as pessoas não consigam entender o valor que o dinheiro tem”, afirma. Para o professor da PUCRS, após o primeiro contato com o mundo das finanças, as crianças podem levar o aprendizado aos pais. Segundo Meneghetti, os pontos fundamentais tratados no programa são composição de preço e direitos do consumidor. “Para a criança entender o que está por trás do preço e que por trás da compra que ela está fazendo tem outros elementos”, afirma o docente.
Ainda de acordo com o professor do Instituto de Economia da Unicamp, Rodrigo Lanna, o principal objetivo é criar uma responsabilidade nas crianças com relação ao consumismo e à necessidade de ter uma poupança. Lanna tem dois filhos, de cinco e oito anos, e consegue observar de perto a importância de uma educação financeira desde cedo. “Vai se criando a noção de gastar aquilo que se tem e não extrapolar”, reforça. Ele avalia que, a partir do momento em que a criança já tem mais maturidade, ela já precisa saber como usar sua mesada. “Com isso, a gente educa para que não se tenha problemas futuros, para que ela já tenha uma base para não ficar endividada”, diz Lanna. Para ele, isso pode ajudar a resolver o problema das dívidas familiares. “Isso é um problema que é notório hoje na economia brasileira”, completa.
Os dois professores enfatizam que a figura do porco no programa é fundamental para se faça a associação com dinheiro, consumo e economia. “Toda criança tem o seu porquinho. O meu menor, que tem cinco anos, conhece o porquinho que tem em casa e já associa à ideia de colocar um dinheiro para comprar um brinquedo que ele deseja”, relata Lanna. “Os pais devem comprar um porquinho, dar para a criança e fazer com que se crie condições de separar um dinheiro todos os dias para o futuro”, aconselha Meneghetti.
Apesar de aprovar a iniciativa, o professor Lanna parece incerto quanto à faixa etária para qual é destinada o programa. “Não sei até que ponto uma criança de sete ou oito anos vai poder entender o que é um planejamento financeiro”, ressalta. Ele acredita que acima dos 10 anos a criança já pode ter mais entendimento sobre o assunto. [Terra]

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