terça-feira, 2 de abril de 2013

Os Croods, de Chris Sanders e Kirk DeMicco



Acho que há muito tempo os adultos deixaram de usar as crianças como desculpa para irem até os cinemas assistir a uma animação. Mais precisamente, desde que a Pixar revolucionou os filmes "infantis" com Toy Story e que a Dreamworks subverteu o gênero com o primeiro Shrek, é absolutamente normal que os mais velhos encham as salas de projeção e sejam brindados com tramas que podem até ser feitas para crianças, mas que não deixam de ser pensadas também para os adultos.

E se Detona Ralph ganhou os corações saudosistas com sua trama sobre o mundo dos videogames, esse Os Croods (The Croods, no original) parecia, pelo menos em seu trailer, mais uma boa produção voltada para a família se divertir nos cinemas. Pode ter sido aí o meu erro: esperar demais e me frustar com o que me foi oferecido.


Antes de avançar um pouco mais com minhas impressões, é interessante saber que os tais Croods que dão nome ao filme são uma família pré-histórica comandados pelo pai linha de ferro Grug e pela mãe Ugga. Juntamente com a vovó, vivem ainda os filhos do casal: a pequena Sandy, o atrapalhado Thunk e a jovem Eep. Com medo do mundo e seus perigos, a família vive enfurnada em uma caverna, saindo dela apenas para caçar e se alimentar. Até que em uma fuga noturna, a revoltadinha Eep conhece Guy e se dá conta que o mundo que conhece está chegando ao fim. Quando a caverna em que a família vive é destruída, assim como todo o mundo à sua volta, desbravar o desconhecido passa a ser necessário.

Como vimos nos quatro A Era do Gelo, é possível que uma animação retrate a pré-história e seja divertida. Mas, quando a plateia foi acostumada a uma boa história com um pouquinho de duplo sentido e piadas especialmente para adultos, ela fica mal acostumada.

O pecado de Os Croods reside em, desde o início, ele se apresentar como um filme cheio de lições de moral. Grug, o pai da família, é chato de doer com seus discursos sobre a importância do medo e de viverem todos unidos em sua caverna. Até mesmo a chegada de Guy é um cenário para, mais à frente na história, sermos bombardeados por mil lições e frases feitas que, sinceramente, dão um pouco de sono e servem apenas para o final redentor de um pai super-protetor. Zzzzzzzzz

Mas, não me entenda mal. Os Croods não é um filme de todo ruim. O tom tatibitati e o excesso de frases feitas e lições é que pode cansar alguns adultos que esperem um pouco mais da trama. Para as crianças, entretanto, a diversão será garantida. A sessão que assisti, por exemplo, estava lotada de crianças que gargalhavam das tiradas do filme e se surpreendiam com o visual apresentado na tela do cinema.


Visualmente arrebatador, com cores fortes e com uma fotografia deslumbrante, se a versão assistida for em 3D, prepare-se para um filme em que o uso da tecnologia é utilizado em favor do filme e não o contrário. Eu, que normalmente questiono o 3D gratuito, consegui me divertir com os efeitos do longa, nem mesmo me cansando dos óculos, o que normalmente acontece, durante todo o filme.

Aparentemente pensado para ser uma história de família para a família, Os Croods é uma boa diversão escapista que, se não marca época, também não é totalmente descartável. Se as piadinhas são bobas e não existem muitas referências significantes, os bons momentos e as gargalhadas das crianças menores certamente valem a pena.

Mas, não se iluda e use as crianças como desculpa para você mesmo se divertir com o filme. Sendo bem sincero, não tenha medo de passar essa bola para outro tio/tia ou apenas para os pais/irmãos. Não fará nenhuma falta em sua vida se deixar essa história para uma outra ocasião, como um domingo chuvoso em que não tenha mais nada de bom passando na televisão.

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