Certamente
várias músicas foram gravadas durante o processo de criação do compact disc
(CD), mas o primeiro CD gravado em escala industrial foi uma seleção de valsas
de Chopin interpretadas pelo pianista chileno (naturalizado americano) Claudio
Arrau. Isso aconteceu em 17 de agosto de 1982, em Hannover (Alemanha), onde
ficava a sede da gravadora Polygram, subsidiária da Philips, que, depois de
alguns anos pensando em uma nova tecnologia de gravação, uniu esforços à Sony,
que também queimava os neurônios dos seus criadores com a mesma
finalidade.
É
curioso pensar que essa revolução tecnológica, desenvolvida ao longo de oito
anos, tenha sido coroada com a gravação de um estilo musical tão pouco
tecnológico. Mas mais curioso ainda é saber que o CD que conhecemos, com 12 cm
de diâmetro e capacidade de 74 minutos, só ganhou esse formato em função de
outra composição clássica: a "Nona Sinfonia de Beethoven". Originalmente, a
bolachinha teria 60 minutos e 11,5 cm, mas o vice-presidente da Sony, Norio
Ohga, exigiu que em um CD coubesse a execução completa da famosa sinfonia de
Beethoven.
A
Polygram tinha uma gravação da bendita sinfonia que durava 74 minutos e, por
isso, esse se tornou o padrão. Há outras versões desta história - dizem até que
quem era fã de Beethoven, na verdade, era a esposa do presidente da Sony -, mas,
de fato, os primeiros CDs lançados tanto pela Philips (as valsas de Chopin)
quanto pela Sony (52nd Street, de Billy Joel), ambos em 1982, chegaram ao mundo
com os tais 74 minutos.
EvolusomNa
história da música não foram só os estilos musicais que mudaram. Veja a evolução
da tecnologia de gravação
1877
Thomas
Edison (antes de inventar a lâmpada) cria o primeiro gravador de sons: o
fonógrafo. A gravação era feita sobre um cilindro coberto por um papel laminado.
O primeiro som gravado, durante o processo de criação do aparelho, foi um
poeminha infantil chamado "Mary Tinha uma Ovelhinha", na voz do próprio
Edison
1887
A
dificuldade de produzir gravações em escala industrial é contornada com a
invenção do gramofone, pelo alemão Emile Berliner, que trouxe ao mundo o advento
do disco. Os primeiros eram feitos de goma-laca (uma resina de planta), operavam
em 78 rotações por minuto (rpm) e tinham capacidade baixíssima
1930
Chega
ao mercado o long play (LP), um disco feito de vinil, com 30 cm de diâmetro e 33
1/3 rpm. Fracasso retumbante, graças à recessão nos Estados Unidos. Só em 1948,
quando a gravadora Columbia lança um LP com cerca de 20 minutos de cada lado, o
formato vira padrão. O disco de estréia é um concerto de Beethoven -
interpretado por violinistas da Filarmônica de Nova York
1963
A
Philips lança a fita cassete, originalmente batizada de musicassette ou compact
audio cassette. O formato gera uma revolução: as pessoas ganham o poder de
escolher o conteúdo das suas próprias fitinhas. As fitas mais comuns eram feitas
de cromo e tinham capacidade de 60 ou 90 minutos
1982
Surge
o CD, numa parceria das empresas Philips e Sony
2002
É
lançado o dataplay, um disquinho de 3,2 cm com capacidade para armazenar até 11
horas de som. Os primeiros artistas que apostaram nessa nova mídia foram Britney
Spears e NSync, em maio de 2002, nos Estados Unidos. Mas a nova mídia não pegou:
com os CDs e DVDs graváveis, as pessoas preferem criar seus próprios
discos
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