Aos 20 anos
“Ele geralmente mora com os pais e não tem despesas em termos de manutenção do domicílio”, ressalta. Mas, ao mesmo tempo, o jovem começa a se preocupar em ter seu próprio espaço. Então parte da poupança formada vai ser destinada a dar entrada na casa própria. “O que deve ser enfatizado é que, desde quando o indivíduo começa a trabalhar, deveria guardar pelo menos 20% da renda”, completa.
Isso porque caso algo dê errado em seus investimentos, o jovem tem tempo de reconstruir suas aplicações financeiras. “Quanto mais prazo você tiver, via de regra vai ter mais renda variável nos seus investimentos”, diz. Mas essa opção também não significa que o investidor vá correr riscos ‘absurdos’, afirma o educador financeiro. “Ele pode optar por produtos com riscos moderados, como fundos de investimento imobiliário ou derivativos”, ressalta.
Da mesma forma, renda fixa não deve ser vista como sinônimo de rentabilidade que não cobre a inflação. “Pode sair da poupança e caminhar para LCI (Letras de Crédito Imobiliário), LCA (Letras de Crédito do Agronegócio) ou CDBs de bancos menores, porque vai ter rentabilidade maior do que renda fixa e também de forma conservadora”, diz Calil.
Aos 30 e 40
Os filhos geralmente são as principais preocupações de quem está na faixa etária entre os 30 e 40 anos. Gastos com educação, vestuário e alimentação aumentam bastante nessas faixas. “Agora que ele casou e teve filhos, a educação vai ser prioridade até o filho chegar em idade universitária. É preciso custear as despesas mesmo que ele faça uma faculdade pública”, afirma Godinho, da FIA-USP.
A partir daí, o filho já entra no mercado de trabalho e passa a ter ganho próprio, mas pode haver casos em que ele opta por fazer um mestrado ou ter uma experiência internacional. “A partir da independência dos filhos, caem as despesas”, ressalta o professor. Ao mesmo tempo, nessa faixa há ainda objetivos de curto e médio prazo, como adquirir um novo carro e programar viagens de férias.
Segundo Nogami, do Insper, nessa faixa é preciso formar também uma poupança de emergência, para não mexer no dinheiro que está sendo aplicado para a aposentadoria. Além disso, os investimentos devem ser diversificados de forma que metade esteja em renda variável e metade em renda fixa, por exemplo. “CDBs, a poupança e ou títulos do governo são mais recomendadas à medida que pessoa vai envelhecendo”, ressalta.
Aos 50
Nessa idade aumentam as preocupações com a aposentadoria, e também os gastos com saúde. “Na velhice, a mudança de perfil de consumo leva a dispêndios médicos maiores do que quando tinha 40 ou 30 anos”, ressalta Nogami, do Insper. Além disso, os planos de saúde começam a encarecer a partir dos 50 anos. “Estudos indicam que nos dez últimos anos de vida da pessoa ela gasta mais do que em todo o período anterior, principalmente com remédios”, diz Godinho, da FIA-USP.
Esse público dedica uma parcela dos gastos a excursões em grupo ou individuais, e também ajuda os filhos a cuidar dos netos. Mas quem está nessa faixa tem uma sobra de dinheiro que pode tentar engordar sua aposentadoria. “A partir dos 50 anos, a maior parte da poupança deve ser colocada no tipo de aplicação no risco próximo a zero”, recomenda Nogami.
Isso porque ao contrário do que acontece quando se é jovem, se houver uma eventualidade e a pessoa perder tudo, não tem prazo para recuperar o prejuízo. “Ainda que de forma mais conservadora, ela vai ter que buscar produtos com rentabilidade acima da média, ainda que seja renda fixa, ou variável, como fundos de investimento imobiliário”, conclui Calil. [Por Danielle Brant - iG]
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