quarta-feira, 14 de março de 2012

Contas bancárias: conjuntas ou separadas?


Agora que já têm uma vida em comum, também deverão ter o dinheiro em comum? Ficam aqui algumas ideias que poderão ajudar a decidir o rumo das vossas finanças, e como conversarem sobre o assunto.
Juntar duas vidas no casamento nem sempre implica juntar as contas bancárias. Por isso é bom decidirem como vão gerir o vosso dinheiro e conversarem sobre este assunto por muito incómodo e pouco romântico que possa parecer. Saibam que o dinheiro é um dos principais motivos das separações de muitos casais, por isso convém saber o que cada um de vocês pretende e espera da parte financeira da vida a dois. Afinal existem sempre duas partes, e por vezes com diferentes salários bem como diferentes perspectivas de como poupar ou gastar o dinheiro.
Tenham em mente que cada opção aqui apresentada requer uma conversa e uma reflexão acerca da mesma, isto pode durar algum tempo, e não esperem discutir isto no intervalo de um filme. Tenham em mente que cada opção tem vantagens e desvantagens, por isso, é apenas a questão do que funcionará no vosso caso concreto.
Finalmente o que quer que decidam acerca das vossas finanças pode sempre ser mudado e adaptado à realidade do momento. É sempre aconselhável reverem as vossas ideias durante o casamento, pois quer o rendimento, quer as despesas mudam ao longo do tempo, e certas mudanças como ter filhos, comprar uma casa, uma doença inesperada podem alterar os objectivos traçados inicialmente.
Ficam aqui algumas dicas:

Contas e poupanças conjuntas

Vantagens

  • Esta opção é uma espécie de declaração de que as vossas vidas são partilhadas não só a nível amoroso como também a nível financeiro. Todo o vosso dinheiro está no mesmo saco, logo todas as contas são pagas do mesmo saco.
  • Esta opção é a mais simples possível, não tem de haver transferências entre contas bancárias, ou necessidade de decidirem quem paga o quê e quando, o dinheiro que entra na conta é de ambos.
  • Esta opção implica uma relação de grande confiança, transparência e responsabilidade.

Desvantagens

  • Quem será o responsável pelo dinheiro e pelos movimentos do mesmo? Uma conta conjunta requer um grande nível de comunicação e honestidade entre o casal.
  • Numa conta conjunta não existe lugar à privacidade, todas as despesas e poupanças são visíveis por ambos. Se um de vocês ou mesmo ambos são pessoas muito independentes esta solução poderá não ser a mais aconselhada.
  • Caso não tenham um rendimento semelhante podem começar a existir ressentimentos, e um de vocês pode começar a sentir-se injustiçado, por isso é necessário saber se estão preparados para um panorama destes.

Como conversarem sobre uma conta conjunta

  • Como casal que são deverão dar ênfase ao facto da relação ser uma união a todos os níveis: amoroso e financeiro. Devem ter a certeza que não tem importância quem ganha mais ou menos e que não existe “o meu ou o teu dinheiro” existe sim “o nosso dinheiro”.
  • Embora ambos partilhem o mesmo dinheiro, devem previamente decidir qual é o valor que mensalmente cada um pode usar para as coisas supérfluas e de diversão, para que depois um não se sinta ressentido com os gastos do outro.
  • Decidam quem será o responsável por pagar as contas. Existe um que usualmente tem mais interesse nesta tarefa que outro, mas no final é muito importante definirem como é que ambos lidam com o dinheiro e para onde é que ele deve ir.    

Contas e poupanças separadas

Vantagens

  • A opção de terem contas e poupanças separadas permite um sentido de independência, não existindo a necessidade de se preocuparem com as decisões financeiras um do outro.
  • Esta opção também torna-se numa opção mais justa pois podem dividir as despesas de acordo com o rendimento de cada um.
  • As contas e poupanças separadas permitem uma autonomia financeira, tendo cada um, um historial bancário distinto.

Desvantagens

  • Não existe controlo sobre o dinheiro que cada um tem, nem se as contas são devidamente pagas, ou se estão ambos a poupar um valor equivalente.
  • Existe menos comunicação pois se não têm contas conjuntas não surge a necessidade de conversarem acerca dos objectivos financeiros conjuntos.
  • Se existir uma urgência e um de vocês necessitar de aceder à conta do outro para fazer um pagamento urgente não será possível fazê-lo.

Como conversar sobre contas e poupança separadas

  • Os casais que optam por esta via são pessoas que usualmente estão habituadas a gerir o seu próprio dinheiro por isso este tipo de conversa torna-se mais num acerto de ideias como quem paga o quê, e qual o valor que devem poupar.
  • Neste caso, usualmente acordam que cada um deve ser responsável pelas suas próprias despesas, ou dividem as contas baseando-se nos recebimentos de cada um. Podem, no entanto, dividir as despesas igualitariamente, ou não, mas evitem chegar a pormenores como “se tu comes sopas instantâneas e eu não pago as sopas”, pois isto será motivo de grandes ressentimentos e sinal de pouco equilíbrio na relação.
  • Conversem acerca dos vossos objectivos financeiros incluindo as poupanças; embora as contas sejam separadas existirão objectivos em comum: como comprar uma nova casa.    

Mistura de contas conjuntas e separadas

Vantagens

  • Esta solução poderá ser a mais adequada, pois é uma opção moderada. Cada um de vocês pode manter uma certa independência mas ambos sentirão que estão a contribuir para um objectivo comum.
  • Esta opção é mais flexível pois as contas conjuntas não têm de servir apenas para pagar as despesas, podem também ser usadas para fazer investimentos, poupanças para as férias, etc.

Desvantagens

  • Um maior número de contas pode tornar as finanças mais difíceis de gerir pois requerem mais capacidade de gestão de ambas as partes, bem como mais despesas de manutenção.
  • Pode também ser mais difícil manter controlo sobre o panorama financeiro no que diz respeito às despesas e poupanças.

Como conversar sobre uma mistura de contas conjuntas e separadas

  • Como esta situação implica pelo menos 3 contas distintas: uma pertencente exclusivamente a cada um e uma conjunta, ambas as ideias implícitas nas conversas acerca das opções anteriores devem ser aplicadas numa conversa desta natureza.
  • Neste tipo de acordo acerca do tipo de contas bancárias que pretendem ter, e da forma como gerem o dinheiro, deve de existir um grau de confiança.
  • Muitas vezes existe um de vocês que gere melhor o dinheiro que o outro e neste caso pode ser o melhor dos dois mundos.
  • No entanto não devem referir o facto de um de vocês não saber gerir tão bem o dinheiro: focalizem as vantagens de uma solução deste tipo, comprometam-se a dar feedback um ao outro acerca da gestão da conta conjunta. Se apenas um de vocês ficar encarregue de gerir a conta conjunta deve de dar ao outro feedback acerca da sua gestão.

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