Na geração de
consoles passada, o Brasil era conhecido como um dos maiores consumidores de
pirataria relacionada a games em todo o globo. Entretanto, atualmente, no final
do ciclo da atual geração de consoles, o mercado brasileiro de games se encontra
num panorama completamente diverso do anterior, figurando como o quarto maior
mercado de games do mundo.
Recente pesquisa
do Ibope aponta que ao menos 23% dos brasileiros são jogadores assíduos ou
casuais, um número impressionante que representa ao menos 45,2 milhões de
pessoas. Os números apontam que em 2011 o mercado movimentou R$840 milhões e
estima-se que ele cresça ao menos 7,1% ao ano até 2016, atingindo 4 bilhões de
reais.
Os números acima
são muito expressivos se comparados ao restante do mercado mundial de games e
ainda mais impressionantes se levarmos em conta que os games no Brasil estão
entre os mais caros do mundo, devido a imensa taxa de impostos sobre a
categoria. Parte da mudança do cenário se deve ao fato de que esta geração de
consoles foi marcada por um bloqueio eficiente da pirataria por parte de alguns
fabricantes de consoles, sobretudo a Sony, cujo Playstation 3, a plataforma mais
popular no país, só teve a segurança rompida recentemente. Aliado a este fato, a
obrigação do uso de jogos originais nas funções online dos consoles foi um fator
decisivo, já que ao contrário da geração passada onde o multiplayer online era
praticamente inexistente, na atual geração a internet é parte essencial
da experiencia, sendo a campanha multiplayer muitas vezes mais valorizada que a
campanha solo offline.
Atualmente,
inúmeras empresas de games tem trabalhado para melhorar o panorama do mercado
brasileiro, sobretudo no que diz respeito aos preços. Muitas trouxeram suas
linhas de montagem para dentro do país numa tentativa de abater os custos para o
consumidor final, entretanto, os valores praticados ainda estão longe de
satisfatórios. Paralelamente ao embate por preços justos, as produtoras tem cada
vez mais tentado localizar seus produtos para os brasileiros, oferecendo
conteúdos em português e, em alguns casos, até mesmo dublagens
em português brasileiro, algo inédito ao gamer brasileiro, há tempos acostumado
a ter que lidar com menus em outros idiomas.
No final das
contas, resta a pergunta: Se com os preços absurdos praticados hoje em dia nós
conseguimos ser o quarto maior mercado, do que seremos capazes quando finalmente
os impostos deixarem de ser abusivos?
Fonte: Folha de SP
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