terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Os melhores filmes de Woody Allen


Quando comentei sobre a dificuldade em elaborar uma lista com apenas os 5 melhores filmes de Martin Scorsese (confira o link), sequer prestei atenção que viria a sofrer a mesma angústia ao fazer a mesma brincadeira com um dos meus diretores favoritos: Woody Allen. Completando hoje, 1 de dezembro, 77 anos, este incansável nova iorquino anualmente lança um novo filme: alguns a partir de ideias antigas engavetadas e escritas em guardanapos; outros, obras-primas versando sobre relacionamentos, amor próprio, vaidade e frustração. Com mais de 40 longas-metragens lançados – tenho orgulho de dizer que assisti a todos – eis aqui a minha humilde lista dos 5 melhores filmes de Woody, um daqueles que me inspiram a amar e amar o cinema.
5. Meia-Noite em Paris: mesmo distante de seu melhor momento, entre os anos 70 e 80, Woody tirou da cartola um irresistível e belíssimo trabalho sobre a doce nostalgia que nos impele a preferir o tempo de antes ao que vivemos hoje. Através de um impecável trabalho de reconstrução da Paris da década de 20 e um delicado tom fantástico que transportava o personagem de Owen Wilson no tempo, eu aprendi mais a valorizar o presente e também desfrutar do legado deixado pelo passado. Merecido Oscar de melhor roteiro original.
4. Manhattan: um dos definitivos trabalhos sobre insatisfação nos relacionamentos, além de uma declaração de amor a uma Nova York respirando cultura, Woody interpreta a sua corriqueira persona cinematográfica, verborrágica, culta e insegura, em uma história de amores impulsivos, grandes decepções e um otimismo inesperado naquela que é a melhor frase do filme: “Nem todo mundo se corrompe. Você precisa ter um pouco mais de fé nas pessoas”. Um filme que diz muito mais sobre o cineasta do que muitas biografias.
3. Ponto Final – Match Point: à primeira vista, mal parece um filme do cineasta: revela a típica frieza britânica, embora imersa em emoções intensas; explora o suspense e a dissimulação de seus personagens com o toque sofisticado dos diálogos de Woody; e tem um protagonista que não mede esforços para se ver alicerçado no patamar que sonhara. Além de tudo, apresenta um dos mistérios mais bacanas da filmografia do cineasta na gravidez (ou não) de uma personagem.
2. Desconstruindo Harry: o Amarcord do cineasta é também uma das comédias autobiográficas mais divertidas do cinema. Brincando com a extensa filmografia de Woody, o roteiro apresenta as desventuras de Harry Block (um quase homófono dewriter’s block), um escritor encarando os demônios do seu passado em uma viagem que envolve uma multitude de personagens – Robin Williams desfocado é genial – e um sentimento genuíno de homenagem que jamais beira a autoindulgência. A propósito, o cineasta merece muito mais do que somente uma salva de palmas de todo o elenco.
1. Noivo Neurótico, Noiva Nervosa: parece uma escolha cômoda, pois é o filme mais premiado do cineasta e o seu único a ganhar o Oscar de melhor filme, mas esta comédia romântica, além de criar uma das heroínas mais imperfeitas e apaixonantes do gênero, a Annie Hall, ainda é inventivo na forma com que usa a montagem, no uso recorrente de objetos de cena para ilustrar as sensações provocadas em Alvy Singer e na proposta do diálogo franco que supera definitivamente a quarta parede que separa o filme do espectador.

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