terça-feira, 20 de agosto de 2013

Conflitos Entre Abertura de Negócios e Casamento

Quando uma pessoa casada embarca numa empreitada empresarial, geralmente é o outro cônjuge que segura as pontas nas finanças da família.
Veja Pedro e Maria. Depois de dois anos de casamento, o casal era relativamente próspero. Mas as coisas mudaram em Setembro de 2007 quando investiram metade de suas economias numa empresa criada por Pedro.
Os dois investiram na esperança de vender por ano 300 dispositivos que Pedro desenvolveu. Mas a procura foi maior que a esperada. Então Pedro, com 31 anos de idade, largou seu emprego de engenheiro de sistemas menos de um ano depois para dedicar-se em tempo integral à empresa.
Isso deixou Maria, de 26 anos, assistente administrativa, como a responsável pelo ganha-pão da família. Seu salário era menos que a metade da renda familiar dos dois e mal dava para pagar as contas mensais.
“Quando ele disse que queria sair do emprego e se dedicar em tempo integral ao negócio, aí fiquei nervosa”, diz Maria. “Eu sabia que teríamos de fazer grandes mudanças em nosso estilo de vida para viver do meu salário.”
O casal cortou luxos e estabeleceu uma data-limite para Pedro desistir e procurar um emprego fixo caso o negócio não desse certo. Felizmente, as vendas dispararam, permitindo que Pedro contratasse funcionários e retirasse quantias de dinheiro necessário para as despesas da família.
Além de suor e determinação, mais do que nunca, foi preciso a renda de um cônjuge como a de Maria para ajudar a iniciar o negócio. Nos EUA em 2005 71% dos autonômos e empreendedores eram casados, de acordo com o Escritório de Advocacia de Administração de Pequenas Empresas.
Mas mudar de dois salários para um não é fácil para casais em que os dois trabalham. Geralmente, dificuldades financeiras – ou o medo delas – podem gerar tensão.
Em primeiro lugar, começar um negócio próprio não é um processo fácil. Quando você associa a isso as provações emocionais ligadas ao casamento e ao negócio, você tem uma receita perigosa.
Os problemas familiares podem se acentuar se o empresário estiver demasiadamente voltado à construção do negócio. “Quando um cônjuge está dedicando de 16 a 18 horas por dia ao empreendimento e o outro está trabalhando para manter o dinheiro entrando, a grande armadilha é a vida familiar. Eles não passam muito tempo juntos e, se não tem muito dinheiro, a pressão sobre quem está colocando o pão na mesa é forte.
Eis algumas sugestões de empresários, cônjuges e especialistas sobre como os casais podem conciliar as questões financeiras que podem surgir.

Façam um plano e discutam sobre isso

Ter um plano sobre o qual os parceiros possam discutir e concordar é crucial pois ajuda a aliviar as incertezas e as pressões. O plano deve contemplar marcos de sucesso não-financeiro, como o número de clientes novos, além dos financeiros.
Assim, quando o negócio não estiver rendendo, os parceiros podem discutir as atividades finalizadas pelo empresário e que podem ajudar a gerar receita. “Você precisa evitar olhar o sucesso em forma de dinheiro e olhar para ele na forma das atividades necessárias para resultar em dinheiro”, diz ele. “Isso ajuda quando o empresário voltar pra casa dizendo que não entrou nenhum dinheiro e o outro perguntar ‘Bom, e você estava mesmo trabalhando?’”
Daniel não esperava ganhar dinheiro imediatamente quando abriu uma empresa de consultoria financeira, em 2005. Sem nenhum dinheiro entrando, ter um plano de negócio que mostrava marcos bem-sucedidos concretos foi essencial, diz Daniel, de 32 anos.
Ele e sua esposa, Helena, trabalharam no plano durante um ano até estarem satisfeitos. Isso era especialmente importante para Helena, pois ela seria a principal responsável pelo ganha-pão da família.
“Nós conversamos sobre quanto tempo levaria até que eu gerasse receita e os sacrifícios que iríamos ou teríamos que fazer durante esse tempo”, diz Daniel. “Foi um ano conversando sobre isso e aquilo.”
Para complicar as coisas, o casal estava esperando gêmeos quando Daniel começou o negócio. Os bebês eram esperados para seis mêses depois e ele queria estar disponível. Então, o plano para o negócio foi baseado num trabalho dele de no máximo 40 horas por semana. “Trabalhando mais, poderia ter construído o negócio mais rápido”, diz ele, “mas ficaríamos estressados.”
Danel diz que eles continuaram a modificar o plano para as necessidades que se desenvolviam e estão felizes com o progresso do negócio até o momento.

Coloque limites no investimento financeiro e de tempo

Para muitos casais, é inteligente estabelecer quanto investir num novo empreendimento. O limite de gastos às vezes é medido com uma tabela de horário, mostrando quanto tempo o empresário tem para dedicar ao novo negócio.
“Eles devem estabelecer os limites financeiros do negócio e por quanto tempo devem tentar. Dessa forma, quando as coisas ficarem feias, o empresário pode dizer “nós concordamos que eu teria mais esse tempo para tentar.”
Pedro e Maria limitaram seu investimento inicial. Eles também decidiram dedicar nove meses ao novo empreendimento. “Nós sabíamos que se o negócio não estivesse rendendo até 2006, seria o fim”, diz Pedro.

Liste outras fontes de renda em caso de emergências

O parceiro que está empregado deve estar apto a cobrir as despesas mensais, como alimentação e moradia. Mas um evento inesperado como o telhado a ser refeito ou carro quebrado pode arruinar o equilíbrio financeiro da família.
“Esteja preparado para ser criativo com as finanças”, diz Suzana. Depois que seu marido, Roberto, 45 anos, iniciou seu negócio em consultoria de marketing, cinco anos atrás, a família passou por muitos altos e baixos financeiros. Nós éramos maníacos-depressivos”, diz Suzana.
Para fechar as contas, às vezes eles recorriam a familiares para empréstimos de curto prazo. Até o dentista permitiu que eles atrasassem os pagamentos, diz ela. O casal pagou todos os empréstimos e agora, Roberto ganha mais com sua empresa do que ganhava como executivo.

Não traga seu parceiro à bordo imediatamente

Com um trabalho em tempo integral, os cônjuges geralmente recebem assistência médica familiar e outros benefícios importantes. Não ter que bancar tais benefícios é uma vantagem significativa para assustar os empresários de primeira viagem, que não possuem um fluxo financeiro que possa bancar os benefícios que as grandes empresas oferecem.
Mas à medida que o pequeno negócio cresce e novos funcionários são necessários, alguns casais acreditam que faz sentido colocar o outro parceiro no negócio, diz ele. Isso traz ao negócio a necessidade de cobrir a assistência médica e coloca ambos os parceiros em risco em caso de fracasso.
Eles tendem a contratar o parceiro que está trazendo o ganha-pão e aí colocam todos os ovos numa única cesta. Se o negócio não vingar, estão completamente perdidos.

Se revezem como empresários

Não é inteligente ambos os parceiros serem empreendedores independentes no início porque seus ganhos serão instáveis.
Um pode colocar os sonhos dele ou dela em espera por um tempo. Eles podem dizer “eu deixo você fazer isso e, em tantos anos, é minha vez”.
Uma razão para Roberto e Suzana terem sido financeiramente estressados quando ele começou sua empresa foi o fato dela ser uma consultora independente naquele momento. Era desesperador para ambos ter renda esporadicamente, diz Suzana. Quando ambos tinham clientes e receita regular, a vida era boa. Mas quando ambos estavam com os negócios em baixa e sem recebimento, a tensão aumentava.
“É difícil para uma consultora”, diz ela. “Mas quando duas pessoas estavam trabalhando assim, as dificuldades se multiplicavam.” Quando um dos clientes dela lhe ofereceu um emprego fixo em 2005, ela aceitou. Ela agora provê os benefícios de saúde da família.
Daniel diz que sua agenda flexível é a atrativa para sua esposa e eles tem discutido formas dela trabalhar de forma independente se o negócio for bem-sucedido.
“Desde que abandonei um emprego com benefícios”, diz ele, “isso tirou dela esta opção, pelo menos até eu me estabelecer.”

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